Segundo a Emprapa – Empresa Brasileira de Agricultura, a citricultura brasileira apresenta números expressivos que traduzem a grande importância econômica e social que a atividade tem para a economia do país. Alguns desses números são mostrados concisamente: a área plantada está ao redor de 1 milhão de hectares e a produção de frutas supera 19 milhões de toneladas, a maior no mundo há alguns anos. O país é o maior exportador de suco concentrado congelado de laranja cujo valor das exportações, juntamente com as de outros derivados, tem gerado cerca de 1,5 bilhão de dólares anuais. O setor citrícola brasileiro somente no Estado de São Paulo gera mais de 500 mil empregos diretos e indiretos.
Apesar da produção estar concentrada na região sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, que é responsável por aproximadamente 80% da produção brasileira, a região Nordeste responde por 8,65% da produção nacional e 12,70% da área colhida. Com relação à região Nordeste destacam-se os estados da Bahia e Sergipe como o 2° e 3° produtores nacionais, respectivamente, onde a Bahia responde por 54% da produção e 45% da área colhida, e Sergipe responde por 39% da produção e 43% da área colhida. Juntos, Bahia e Sergipe representam cerca de 8% da produção citrícola brasileira.
A citricultura nordestina tem grande potencial para implementar seu crescimento sobretudo em função da ausência de doenças e pragas de grande importância que se encontram distribuídas no Sudeste, maior centro produtor. No que diz respeito ao incremento e geração de empregos, percebe-se que devido à instalação de muitas casas de embalagens (packing-houses) e aumento da exportação do limão tahiti para o Mercado Europeu, muitos empregos diretos e indiretos tem sido oferecidos, na ordem de 100 mil.
A produção integrada de citros vem contribuir como elemento de sustentabilidade e competitividade para o agronegócio citros, e permitir além do aumento da qualidade dos frutos, a possibilidade de abertura de novos nichos de mercado e a exportação dos mesmos, devido o uso de normas que atendem rigorosos padrões de controle baseados na sustentabilidade, aplicação de recursos naturais e regulação de mecanismos para a substituição de insumos poluentes, utilizando instrumentos adequados de monitoramento dos procedimentos e a rastreabilidade de todo o processo, tornando-o economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente justo.
Percebe-se que a produção integrada pode alavancar mais o cultivo de citros, sobretudo em regiões onde existe uma maior carência na organização da base produtiva, na obtenção produtos de maior qualidade, no desenvolvimento da citricultura mais competitiva, com redução nos custos de produção, que permita ao produtor apresentar um produto diferenciado, que agregue mais valor e garanta a permanência no mercado consumidor, interno ou externo. Veja na tabela abaixo a produção brasileira de laranja em 2002.
Região fisiográfica | Área colhida (ha) | Quantidade produzida (ton) | Rendimento médio (ton/ha) | Participação na produção (%) |
Norte | 17.983 | 247.276 | 13,75 | 1,33 |
Nordeste | 110.874 | 1.690.459 | 15,25 | 9,12 |
Sudeste | 640.488 | 15.591.270 | 24,34 | 84,14 |
Sul | 51.794 | 861.809 | 16,64 | 4,65 |
Centro-Oeste | 7.707 | 139.811 | 18,14 | 0,75 |
Brasil | 828.846 | 18.530.625 | 22,36 | 100,00 |
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2002.
Mercado da Laranja
A realidade da citricultura nordestina, focalizando, sobretudo os estados Bahia e Sergipe, principais produtores nacionais depois de São Paulo, mostra que a maior parte dos frutos são comercializados para as indústrias de suco, tendo como principal destino o estado de São Paulo. O cenário da comercialização dos frutos cítricos apresenta, ainda, para o Nordeste, a figura do intermediário como principal responsável por desencadear as negociações de compra e venda.
A produção que não segue para a indústria é direcionada para as grandes redes de supermercados (frutos que sejam processados em empacotadoras), e os frutos de menor qualidade para CEASAS e mercados de pequeno e médio porte.
Outras possibilidades, embora ainda raras, podem ocorrer pela compra direta de frutos por parte da indústria, o que pode desenvolver uma relação de parceria e fidelidade entre produtores e compradores.
Fonte: Embrapa.
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